quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Provas de corrupção da Zelotes são fortes, diz procurador

Paiva acredita que será possível recuperar R$ 5 bilhões em impostos desviados
Os trabalhos da Operação Zelotes, que apuram se integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) receberam suborno para suspender julgamentos e alterar votos a fim favorecer empresas autuadas pela Receita Federal, apresentam valores desviados equivalentes aos da Operação Lava Jato, que investiga a corrupção na Petrobras. A afirmação é do procurador da República Frederico Paiva, responsável pela Zelotes, em entrevista dada ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta terça-feira. 

Órgão ligado ao Ministério da Fazenda, o Carf é uma espécie de tribunal administrativo que julga débitos tributários de empresas com o Fisco. Para o representante do Ministério Público Federal (MPF), existem “elementos sólidos” contra as empresas investigadas. “As denúncias contam com provas cabais de corrupção muito bem fundamentadas”, enfatizou. 

As denúncias devem ser apresentadas na primeira quinzena de setembro. Entre as empresas gaúchas investigadas estão RBS, Gerdau e Marcopolo. Paiva acredita que será possível recuperar R$ 5 bilhões de impostos desviados, dos R$ 19 bilhões que estão sob análise em pelo menos 70 processos. 

Procurador admite dificuldade no combate a crimes econômicos

Apesar de ser semelhante à Lava Jato em termos monetários, a Operação Zelotes não conseguiu o deferimento de prisões nem avançou com delações premiadas. “Formulei medidas investigatórias que foram indeferidas e pedidos de prisões que não foram adiante”, disse Paiva.

Ele reconheceu que existem dificuldades no combate a crimes econômicos no Brasil. “O crime econômico é tratado de maneira diferente no Judiciário brasileiro”, observou. Para Paiva, corruptos e corruptores terão penas mais severas somente com a modernização das leis. “A mudança é lenta, mas acredito que, aos poucos, o Brasil e o poder Judiciário vão mudar. Os cofres públicos não aguentam o sistema político atual”, afirmou.

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