terça-feira, 13 de maio de 2014

Tempo médio para obter a primeira CNH aumentou um mês

Em janeiro deste ano, período para tirar a carteira de motorista subiu de quatro para cinco meses

Quem aguarda ansiosamente pela primeira habilitação vai precisar de ainda mais paciência. Desde que as aulas em simuladores de direção se tornaram obrigatórias no Estado, em janeiro deste ano, o tempo médio para tirar a carteira de motorista aumentou de quatro para cinco meses.

Fila de espera para usar o equipamento, transferência do aluno de um Centro de Formação de Condutores (CFC) para autoescolas que já têm a máquina e realização de aulas práticas antes das simuladas têm sido frequentes.

– Se não fosse pelo simulador, eu já estaria com a carteira. Nesta quarta-feira, é minha última aula prática, e sexta-feira eu começo no simulador para poder fazer a prova final na semana que vem. Me atrasou um mês – reclama o universitário Tiságoras Mariani, 18 anos, estudante de Direito na PUCRS.

Além da demora, as falhas do equipamento durante as aulas também são alvo de reclamações constantes. A estudante de Ciência da Computação da UFRGS Ana Carolina Silva, 19, reclama do tempo perdido nas aulas simuladas. Ela teve que mudar de CFC para fazer as simulações, porque o anterior ainda não contava com a máquina, e precisou esperar mais de um mês para conseguir agendá-las:

– O simulador é cheio de erros. A física dele está errada, e os próprios funcionários não estão preparados para lidar. Se a internet fica lenta ou cai, ele trava. Um dos instrutores me falou: “esquece tudo o que tu viu no simulador”.

No mês passado, quando o índice de unidades com o equipamento já chegava a 90%, a maior parte dos atrasos era decorrente de problemas técnicos: falha no simulador, sistema fora do ar ou dispositivos para registro do aluno inoperantes.

Na ocasião, o diretor-geral adjunto do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Denilson da Silva, admitiu problemas de conexão pelo alto fluxo de acessos simultâneos e à instabilidade na rede da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Procergs). Houve ampliação do limite de acessos, e a rede permanece monitorada por equipes técnicas dos dois órgãos para eventuais correções.

Impacto no bolso é questionado

O equipamento também recebe críticas entre os instrutores. O pé no acelerador, por exemplo, exige mais pressão no simulador do que no carro de verdade. Maurício Barcelos de Matos defende que seu uso seja facultativo e diz que a simulação é boa para quem tem muita dificuldade ou para pessoas mais idosas, porque envolvem situações muito simples.

Edson Cunha, presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado do Rio Grande do Sul (SindiCFC-RS) defende o uso dos equipamentos. Segundo ele, o tempo médio do processo para formação dos novos motoristas, entre 90 e 120 dias, não se alterou. 

A obrigatoriedade também representa impacto no bolso do aluno. Cada hora-aula no simulador custa R$ 47,06 – um acréscimo final de R$ 235,30 (15% a mais, em média) no pacote para aquisição da carteira. Mas, segundo Cunha, desde o início do uso do simulador, a necessidade de os alunos gastarem mais com aulas práticas extras diminuiu. Ele afirma que 80% dos candidatos que tiveram aula no simulador não precisaram fazer mais do que as 20 horas-aula obrigatórias do curso prático.

Apesar dos problemas registrados nessa fase inicial de implantação dos simuladores de direção veicular, os defensores do uso deles, como a chefe da Divisão de Habilitação do Detran, Sibele da Silva Batezini, e a coordenadora-geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito, Maria Cristina Hoffman, lembram que o equipamento recria situações de risco que deixam o aluno melhor preparado para o trânsito.

O índice de aprovação na prova prática chegou a 96,3% neste início do ano, pelo uso obrigatório dos simuladores. Um dado considerável, tendo em vista que apenas 40% dos motoristas passavam de primeira na prova, segundo a média dos últimos quatro anos.

O Detran ressalta que é cedo para fazer comparações com candidatos anteriores à obrigatoriedade desse recurso, porque o universo de novos motoristas ainda é numericamente pouco expressivo.

A operação

O Estado conta com 272 CFCs, sendo 36 na Capital. Desse total, 258 estão operando com simulador.

- Desde o início do ano, foram realizadas 152.176 aulas em simuladores

- 5.752 CNHs foram emitidas já considerando as novas regras

- Os equipamentos custam entre R$ 38 mil e R$ 47 mil

A primeira habilitação

Exame médico, avaliação psicológica, provas teórica e prática e expedição de documentos estão entre as taxas públicas. Veja o que também está incluso.

- Taxas públicas: R$ 225,40.

- Curso teórico: R$ 270,90 (45 horas-aula).

- Curso prático: R$ 670,60 (20 horas-aula) para Categoria A, e R$ 770,60 

(20 horas-aula) para Categoria B.

- Curso no simulador: R$ 235,30 (cinco horas-aula).

- Aluguel de veículo (prova): R$ 30,13

TOTAL: R$ 1.197,03 (categoria A), 

R$ 1.532,33 (categoria B) e R$ 2.283,01 (categoria AB).

Fonte: Detran-RS

Cedo para comparações

Apesar dos problemas registrados nessa fase inicial de implantação dos simuladores de direção veicular, os defensores do uso deles, como a chefe da Divisão de Habilitação do Detran, Sibele da Silva Batezini, e a coordenadora-geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito, Maria Cristina Hoffman, lembram que o equipamento recria situações de risco que deixam o aluno melhor preparado para o trânsito.

O índice de aprovação na prova prática chegou a 96,3% neste início do ano, pelo uso obrigatório dos simuladores. Um dado considerável, tendo em vista que apenas 40% dos motoristas passavam de primeira na prova, segundo a média dos últimos quatro anos. O Detran ressalta que é cedo para fazer comparações com candidatos anteriores à obrigatoriedade desse recurso, porque o universo de novos motoristas ainda é numericamente pouco expressivo.

Fonte:Heloísa Aruth Sturm

Postado por:Elisete Bohrer

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